Nosso planeta – formado por sistemas
naturais complexos, humanos e objetos – gera hoje um número infinito de dados
de diversos tipos. Uma avalanche de informação que codificada ou não nos
oferece outra miríade de oportunidades e desafios. Já comentamos sobre isso em
outros posts, como este.
Nos últimos anos, microchips, códigos e tecnologias cada vez mais
sofisticadas nos deram acesso a estes dados e, ao mesmo tempo, as máquinas
passaram a estar cada vez mais conectadas. A partir daí, surgiu o conceito de
Internet das Coisas (Internet of Things), uma espécie de hot topic
atual, que foi mencionado por Kevin Ashton, um dos primeiros nomes a falar
nessa ideia, ainda no início dos anos 2000. A Internet das Coisas é a conexão e
comunicação entre objetos (máquinas ou coisas), por meio da internet. Essa
conectividade gera mais dados, que podem ser coletados a partir de mais
lugares. A capacidade de coletar, analisar e distribuir dados aumentará muito,
e por consequência, a sua transformação em informação, conhecimento e sabedoria
também. De acordo com a Cisco, em 2020 serão 50
bilhões de objetos conectados no mundo, incluindo telefones, chips, sensores,
implantes e dispositivos que nós ainda não desenvolvemos.
Mas como a Internet das Coisas irá impactar em nossas vidas? De diversas
formas, e as
possibilidades para descobri-las estão abertas. Mas
hoje vamos falar sobre como essas novas conexões poderão ajudar muito as nossas
cidades a se tornarem mais inteligentes e, sobretudo, melhores para se viver.
O conceito de cidades inteligentes (smart cities) tem sido cada vez mais
discutido nos últimos anos. Já falamos sobre isso também nesse post. O termo inteligente,
nesse contexto, está muito ligado ao uso da tecnologia da informação e
comunicação e da internet para enfrentar os desafios urbanos que o crescimento das
metrópoles nos apresenta. E é nesse ponto que a
Internet das Coisas será tão importante para melhorar a vida das pessoas.
Uma breve contextualização: é importante lembrar que o número de
residentes urbanos vem crescendo cerca de 60 milhões a cada ano. Além
disso, segundo estudo da UN-Habitat mais de
60% da população mundial estará vivendo em cidades até 2050. Consequentemente,
as pessoas que ocupam apenas 2% das terras do mundo irão consumir cerca de três
quartos de seus recursos. A pesquisa destaca também que mais de 100 cidades de
1 milhão de pessoas serão construídas nos próximos 10 anos. Esse cenário exige
que as cidades busquem formas de interagir com os cidadãos para buscar
insights, ouvir e responder às necessidades das pessoas.

Como o aumento do uso de tecnologias móveis e conexões entre máquinas,
além dos sensores incorporados aos objetos físicos - Internet das Coisas -, os
sistemas cognitivos serão capazes de encontrar padrões em grandes quantidades
de dados produzidos. As máquinas poderão raciocinar por meio dos padrões e
aprender através das interações com as pessoas para refinar suas
respostas. Isso significa uma nova geração de algoritmos de aprendizado e
sistemas de processamento de linguagem de máquinas que está surgindo. Essa
mudança abre diversas possibilidades para um gerenciamento mais inteligente das
nossas cidades. Os aplicativos móveis poderão se tornar a melhor forma de
acompanhamento dos problemas cotidianos das grandes cidades como, por exemplo,
buracos nas ruas, iluminação pública, caixas de lixos superlotadas (por meio
dos sensores), alagamentos, etc. A partir dessas informações os serviços
públicos poderão ser gerenciados e consumidos de acordo com as necessidades e
demandas das pessoas. Além disso, a análise de sentimentos sociais pode prover
aos governantes uma grande quantidade de comentários sobre
questões importantes para os cidadãos, facilitando a priorização das
ações. Essa troca de informações online entre cidadãos e governo dará origem a
novas cidades, que poderá responder às demandas da população em tempo real,
prever os problemas antes que eles ocorram, e oferecer serviços sob medida de
acordo com as demandas da população. Sonho?! Não, já é possível. Só precisamos
ser mais ativos e participativos na busca de uma vida melhor para todos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário